Permafrost é um solo presente em países do Hemisfério Norte (como Rússia e Canadá) e principalmente no Ártico, composto por rochas, terra, gelo e matéria orgânica, também chamado de pergelissolo, permanentemente congelado.
Esse solo é estudado há muitos anos (desde 1898 em Svalbard), pois representa um risco para o aquecimento global caso sofra derretimento.
A quantidade de matéria orgânica que faz parte desse solo acumula cerca de 1500 bilhões de toneladas de carbono, como apontado por estudos da pesquisadora Sue M. Natali da Woodwell Climate Research Center, e é duas vezes mais carbono do que já existe na atmosfera.
Além dessa matéria orgânica que envolve vegetação e fósseis de animais congelados desde a Era do Gelo, existem microrganismos inativos por conta do ambiente com temperatura abaixo de 0°C.
Bactérias e fungos lá presentes decompõem esses materiais de maneira muito lenta por conta do estado congelado do solo, mas caso a temperatura continue aumentando no Ártico, como apontado por um estudo da University Center Svalbard, com a professora Hanne Christiansen (que comprova o aumento da temperatura de 0,7°C desde 2000 dentro da permafrost em uma velocidade alta), esses microrganismos podem ser ativados e promoverão a decomposição dessa matéria orgânica estocada, liberando então CO2 e metano na atmosfera por exemplo, o que acarretará em mais pressões climáticas e até mesmo liberação de microrganismos causadores de doenças ainda desconhecidas.
Fonte: BBC Future - https://www.bbc.com/future/article/20190612-the-poisons-released-by-melting-arctic-ice
Texto e Imagem por Clara Barros, Líder da Realidade Climática. Conheça mais sobre a autora no perfil @claroviski no Instagram.
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